sábado, 21 de junho de 2008

Zezão - A arte no esgoto



Entrevista de Binho Ribeiro com Zezão



Zezão é um artista a que procura cada vez mais ampliar seus conhecimentos em mídias diferentes pelo mundo das artes.
Atualmente vem explorando seu trabalho das ruas em galerias de arte,fotografia,cinema,decoração,publicidade,projetos sociais,palestras e workshops em universidades e instituições
Como a rua sempre foi sua propria escola, Zezao mantem ateh hj suas origens e raizes dentro da cultura do graffiti, deixando sua marca nos lugares mais inusitados da cidade (galerias subterrâneas,lugares e fabricas abandonadas,lugares de dificil acesso,avenidas,bueiros,sempre com intenão de demarcar e valorizar esses locais urbanos).
Seu trabalho possue hj um conceito muito grande,por suas ações do lado social e por denunciar lugares abandonados na cidade.

Quer dizer algo sobre sua infância ou origem?
Zezão:
Não,porq se fosse falar disso,nao haveria espaço suficiente para uma estrada de 34 anos de vida, momentos bons e aommesmo tempo bem dificeis na minha vida.

Como foi o seu contato com a arte?E como era sua vida antes disso?
Zezão:
Des de pekeno curia arte, desenhar e rabiscar meu nome por ai.Minha mãe desenhava super bem, mas eu nunca havia pensado em um dia produzir arte, muito menos em fazer graffiti.

Como e quando você começou?
Zezão:
Comecei por influencia de um amigo q na época (1995/96) já andava de skate e curtia Hip Hop.Foi nessa época q comecei a fazer meus primeiros traços toscos nas paredes,até amadurecer um poukinho e sair pelas ruas com as letras e graffitis influenciados pelo estilo hip-hop norte americano.

Por que fazer Graffiti?
Zezão:Fazer Graffiti eh ter liberdade acima de tudo.Eh sair pintar meu lance aonde eu kero,independente de ser autorizado ou não e sem compromisso algum com ninguem.Faço porq gosto da rua e da liberdade que sempre tive de pintar meus lances,onde eu sempre quis.Gosto muito do suporte urbano para poder interagir com meu trabalho, sem limites e sem fronteiras. Gosto de conhecer lugares diferentes e inusitados; gosto de deixar minha marca nesses lugares, sem apego de querer eternizar essa arte que pra min ej descartavel.Gosto de pintar, fotografar e ter o Meu registro.
Se durar um dia, um mês ou um ano, isso nunca vai me importar.Acho q fazer graffiti eh disperdiçar arte na rua, eh uma arte q nao podemos levar para casa ou exigir q dure para sempre.Eu particularmente acho muito legal a prefeitura estar apagando tudo. Isso motiva pintar mais e mais.Lógico, sei q muita gente se mata a trabalhar pra comprar tinta (q aki no Brasil eh muito caro) pra ter seu graffiti na grande vitrine das ruas. A cara é: Quanto mais eles apagarem, mais lugares novos teremos pra pintar e eh nessas horas q vemos quem eh quem,quem vence esse jogo eh que nao desiste nunca de pintar nas ruas.Querendo ou não nossa arte vai sempre estar nas ruas.

Como foi seuprimeiro contato com o mundo subterâneo? Pintar esgoto?
Zezao:
abandonados.Após a depressão que me motivava na época, continuei buscando esses lugares, pois comecei a me identificar com akele cenario de ruinas, destruição, muito lixo e sujeira. Percebi que essas locações eram onde euenxergava melhor o meu trabalho.Vi que atravez desse contraste da minha arte com o local, eu tinha muito mais a dizer doque simples pintura;o subterrâneo veio em conseqüencia disso.O local veio como conseqüencia de uma longa tragetória do universso rua e por percorrer um univIsso aconteceu em 200, ja vindo com toda a bobagem de pintar em fábricas e lugaresersso underground, que foi naturalmente abrindo outros caminhos e minha arte buscando sempre o limite do caos e do submundo dessa cidade doente.Eh como se minha arte fosse um curativo cubrindo ali,auqela ferida perdida e esquecida da cidade.Um lugar onde literalmente a sujeira eh varrida para baixo do tapete. A arte do subterrâneo veio com o papel de mostrar isso, entre outras coisas que ninguem consegue ver.Ela veio denunciar o quanto a humanidade eh podre e suja, o quanto o homem contribui para a destruição do ecosistema.

Você poderia classificar seu proprio trabalho como artista?
Zezão:
Não.Sou um artista muito novo e tenho muito ainda a aprender.Comecei com a pintura de graffiti e hj faço fotografia,videos,na musik toco bateria.Embora tenha esses "vicios" nao consigo ficar sem pintar rua ou oque for por muito tempo.

Como você olhava o graffiti antes de começar? Em especial a velha escola.
Zezão:
Sempre olhei com muita admiração e respeito.Não soh naquela epoca, mas ateh hj tenho muito respeito e muita admiração.

Qual sua opinião sobre o Bombardeiro?
Zezão:
O bombardeiro sempre foi e sempre será a verdadeira essência do espirito do graffiti.Seja ele um protesto ou uma simples auto promoção, o graffiti disputa hj o espaço da cidade junto com os anuncios,cartazes e muita propaganda ilegal, principalmente politica. Sempre em época de eleiçãom os graffitis de muita gente são apagados, as pessoas pagam muito caro suas tintas para que politicos apaguem e coloquem propagandas nos lugares.
Ultimamente estão apagando qualquer graffiti em avenidas e viadutos.O Graffiteiro e o Bombardeiro nunca se renderam a isso e continuam fortes e sempre atuantes nas grandes cidades e capitais do mundo todo."A arte no subterrâneo veio para mostrar e denunciar todo o abandono da cidade e o descaso humano, um lugar esquecido e nem sequer visto pelo cidadão comum.Um lugar onde literalmente a sujeira é varrida pra baixo do tapete"
"O Bombardeiro sempre foi e sempre será a verdadeira essência do espírito do Graffiti.Seja ele como um protesto ou uma simples auto promoção, o Graffiti hoje disputa espaço da cidade junto com anúncios, cartazes e muita propaganda ilegal, principalmente política."

Você vive de arte? Quais seriam as suas fontes de renda no mercado?Que trabalhos realmente te sustentam?
Zezão:
Sim,eu trabalho com arte,venho desenvolvendo e focando meu trabalho nas artes plásticas.Pretendo um dia me sustentar de artes plásticas e poder deixar de fazer trabalhos ligados a publicidade, que por enkuanto ainda sao importantes para o meu sustento.Mas na real kero focar em galerias, pois ja venho desenvolvendo um trabalho super bacana em parceria com a galeria Choque Cultural e que tem dado muitos bons frutos pela parceira e troca de contatos de ambas as partes.Atualmente gravei dois documentarios sobre meu trabalho, oque me dispertou um grande interesse por cinema e vídeo.Participei em 2007 de alguns filmes, e de um projeto q se chama "Navega São Paulo",que eh um projeto voltado ao Rio Tietê,onde minhas arte da continuidade a calha do rio.

Qual eh o projeto para o futuro de sua arte?
Zezão:
Continuar pintando nas ruas sempre!Acho que isso será dificil de largar tão cedo assim (risos).Continuar pintando e continuar descobrindo novos lugares das grandes cidades e do mundo.Pretendo dar a volta ao mundo,podendo deixar minha arte para outras pessoas e outras culturas e também podendo respirar novas culturas e trocar informações para a propria evolução do trabalho e da minha espiritualidade.


Córrego Cambuçu de Baixo antigo

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